Watanuki-san Otsukaresamadeshita an unlikely contribution to the image of TAP Portugal during the sixties.
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Abstract
Hirosuke Watanuki (1926-2021) left an interesting work, scarcely publicized and almost forgotten. From his artistic prolific production, we highlight the contribution for TAP Portugal airline, which relied on his illustrations to promote its internal and external image. More than an isolated attitude, it was symptomatic of its unorthodox attitude towards hiring designers, that could easily extrapolate to a certain modus faciendi of Portuguese commissioners during the time period studied. The contribute of a Japanese author, may very well be the epitome of this attitude. The article attempts to provide an exhaustive survey of his illustrations for TAP.
Three years after his death, we must give fair recognition for the quality of his work.
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1. Introdução
Hirosuke Watanuki (1926-2021) artista japonês, multifacetado, entre o final da década de cinquenta e o início da sessenta “perdeu-se de amores” pelo nosso país, acabando por contribuir para o discurso Artes e do Design em Portugal. O artigo trata de um desses episódios: o da relação peculiar com a companhia aérea nacional TAP. A qualidade do seu trabalho mereceu reconhecimento dos seus contemporâneos: “[…] um conjunto de felizes encontros coloca-o entre a geração de modernistas portugueses como o escultor Martins Correia e o filósofo Orlando Vitorino que o introduz a Almada Negreiros, Abel Manta, José Barata Feyo, José Pacheko […]” (Cardoso, 2024), todavia hoje poucos se lembrarão ou o conhecerão sequer. Tentaremos entender como nasceu a relação com a companhia aérea de bandeira e como funcionava o recrutamento de ilustradores e designers, mas sobretudo como o seu contributo renovou e transformou visualmente a face corporativa da TAP, com um trabalho arrojado e identitário. A companhia começou, na década de sessenta, a ganhar consciência da importância da sua imagem e face pública, podemos mesmo dizer que abandonou o “anúncio” para abraçar o marketing e a publicidade. O artigo pretende fazer um levantamento crítico e sistemático do seu trabalho para a TAP.
2. Metodologia e Estado da Arte
Seguindo uma linha de investigação na área da História e Crítica do Design, sobre a relação entre a companhia aérea nacional TAP e o design para ela desenvolvido, prosseguimos o resgate e o cruzamento crítico de contributos parcelares que possam ser adicionados a uma “definitiva” História do Design em Portugal. A investigação para o nosso artigo reuniu um espólio (incluindo trabalhos inéditos) constituído pelo acervo do SDA / MTAP [2] e colecções particulares, cruzando-os com a recolha de textos de áreas transversais publicados recentemente, bem como o testemunho de um protagonista privilegiado que conviveu e trabalhou com Watanuki na imagem da companhia. Ou seja, centrou-se na observação directa de objectos, apresentados cronologicamente, e na consulta de fontes. O regresso a Portugal pouco antes do seu falecimento (2021) reavivou o interesse pelo seu trabalho aumentando o aparato literário, sobretudo na vertente das Artes Plásticas. Pretende-se com este artigo direccionar o enfoque para a área do Design. Seguindo a linha de investigação expressa por Gentil-Homem (2014) e Coutinho (2015), a revisão de literatura procurou completar hiatos biográficos e sustentar alguns dos pressupostos interpretativos que propomos sobre o design de comunicação para a TAP. Tratou-se, portanto, de uma análise empírica de base qualitativa e não intervencionista.
3. Desenvolvimento
Watanuki estudou em Portugal entre 1957 e 1966 como bolseiro da Universidade de Kwansei-Gakuin. Trabalhou profícua e eclecticamente como atesta a obra que legou preservada em vários acervos nacionais [3]: da Poesia e Artes Plásticas (escultura, cerâmica, vidro, tecido) mas também ao Design, como ilustrador. Em 2017 regressou a Portugal e foi homenageado em Coimbra pela Fundação Inês de Castro, que organizou uma exposição retrospectiva no Museu Nacional Machado de Castro (Fig. 1) e na Sociedade de Belas Artes. (Castel-Branco, 2021).
Figure 1. Watanuki durante a visita ao Museu Nacional Machado de Castro, 2017 Fonte: Fundação Inês de Castro / Diário de Coimbra
Não podemos afirmar inequivocamente de que modo se iniciou a relação entre Watanuki e a TAP. Certamente o seu contributo ter-se-á inserido no paradigma usual da companhia, durante a década de sessenta, de contratar agências publicitárias e simultaneamente trabalhos pontuais a protagonistas do Design em Portugal (Gentil-Homem, 2014). À data, a prática de recrutamento por conhecimento pessoal, mais do que pela qualidade intrínseca do trabalho, era transversal à relação entre clientes e designers. O mesmo de passava naturalmente na TAP que trabalhou com as principais agências de publicidade nacionais (CIESA, Marca, Forma, et.al.), internacionais (DK&G, Morrison, Synergie, et.al.), simultaneamente com vários protagonistas de topo do Design em Portugal como Sebastião Rodrigues (1929 – 1997) ou Daciano da Costa (1930 – 2005) et. al. e internacionais como Edward Sorel (n. 1929) ou Vera Neumann (1907 - 1993) et. al. Segundo Campos Batista, director de publicidade da TAP, Watanuki terá iniciado o seu contributo, do mesmo modo que outros colaboradores, pela mão do Dr. Cruz Barreto que era à data “director comercial […] dono de uma editora. Era um indivíduo intelectualmente muito rico e muito inteligente […] muitas das figuras [autorias] que apareceram na TAP foram canalizadas por ele.” (Batista, 2009, apud Gentil-Homem (2014), anexo 1, p.598) [4].
O nosso artigo centra-se num período sociopolítico turbulento em Portugal. A década de sessenta inicia-se com os primeiros sinais sérios de contestação ao regime e termina com a queda (literal) de Salazar: em 1961 inicia-se a Guerra Colonial (1961 – 1974), dá-se o rapto do paquete Santa Maria, o golpe Botelho Moniz, a Revolta de Beja e no ano seguinte a crise académica. A própria TAP viria a estar no centro da contestação com o desvio de um avião para lançar panfletos contra o regime sobre Lisboa e Faro (1961).
Por outro lado, simultaneamente, a TAP iniciou um período de grande expansão. No ano de 1962 entrou na “Era do Jacto” ao receber o primeiro Caravelle, e em 1965 e 1967 os primeiros Boeing 707 e 727 respectivamente (TAP Portugal, 2007). A partir de 1967 a TAP passou a operar unicamente aviões com motores a jacto. Este marco tecnológico constituiu simultaneamente um impulso qualitativo no serviço aos passageiros e no seu Design e Comunicação, capitalizado entre outras pela campanha “All Jets” (1967). Em 1962, pela mão da Sud Aviation, (fabricante dos Caravelle) e da CIESA [5], começavam a ser introduzidas na TAP estratégias de comunicação planeadas profissionalmente. Abandonava-se o registo do simples anúncio por inserção pontual em periódicos, para uma consciencialização da imagem como um todo. Isto não impediu (felizmente) que os contributos pontuais permanecessem, fornecendo algum fulgor e inovação ao rigor das campanhas.
O trabalho de ilustração que Watanuki desenvolveu como freelancer (1962 - 1963) para a TAP marcou a companhia de modo indelével dando origem a alguns dos trabalhos mais emblemáticos da sua imagem.
Figure 2. Exemplar de um conjunto de litografias (esq.) e pormenor da inserção do logótipo TAP, 1962 (dir.) Fonte: https://artbid.pt/pt/leilao/2377/antiguidades-arte-e-decoracao
Comecemos pela primeira ocorrência: um conjunto de Litografias [6] (Fig. 2) (Watanuki, 1962) com vistas de Lisboa, posteriormente reeditado no formato de seis de postais ilustrados (Fig. 3) (Watanuki, 1963). Os postais foram oferecidos dentro de uma carteira cuja capa mostrava uma vista do Aeroporto de Lisboa sobrevoado por um avião “Caravelle” (Fig.4) [7]. Por dedução cronológica as vistas de Lisboa (assinadas entre 1959 e 1963) e por dedução temática (a ilustração da capa ser a única com o tema aviação) o conteúdo terá feito parte de um portfolio preexistente, posteriormente selecionado e completado com uma capa TAP. Não foi, contudo, encontrada documentação que corrobore esta dedução. O traçado da ilustração do aeroporto segue a tipologia dos desenhos de Watanuki, dados através de uma linha de contorno monotonal dinâmica, vibrante e sensível, pontualmente sobreposta por preenchimentos em claro-escuro.
Figure 3. Conjunto de seis postais com vistas de Lisboa e respectiva capa, 1963. Fonte: Colecção do autor
Figure 4. Capa da carteira de postais representando o Aeroporto de Lisboa, 1963. Fonte: Colecção do autor
Figure 5. O mesmo desenho do Aeroporto de Lisboa na capa do horário de Inverno 1963/4. Fonte: TAP Museum
O desenho do aeroporto foi igualmente reproduzido na capa do horário de Inverno nº1 para 1963/4 (Fig.5) (Watanuki, 1963a). No topo uma faixa verde-escuro contém o logótipo TAP aberto a branco e o símbolo destacado e desalinhado à esquerda. À data ainda era prática comum usar os dois elementos separados. Por baixo do desenho outra faixa verde-escura abria a branco a designação “Transportes Aéreos Portugueses” rematando a composição.
Outro motivo, representando a Baía de Luanda, foi impresso no envelope postal que comemora o primeiro voo a jacto da TAP entre Lisboa e a capital angolana (Fig.6). No percurso inverso o envelope comemorativo apresentava um desenho da capital. Também foi impresso um postal ilustrado para a DETA [8] com uma vista sobre o Porto de Lourenço Marques (actual Maputo). Assinado e datado de 1963, foi usado como material promocional da companhia aérea de Moçambique (Fig.7). O traçado segue a técnica e estilo pessoais patente nas vistas de Lisboa. Os dois desenhos surgem após uma viagem aos territórios ultramarinos de Angola e Moçambique, patrocinada pela TAP, na qual Watanuki realiza diversos registos paisagísticos, botânicos e etnográficos.
Figure 6. Envelope de 1º dia comemorativo do primeiro voo a jacto Lisboa – Luanda, 5 de Outubro de 1963. Fonte: TAP Museum
Figure 7. Postal da DETA com vista do Porto de Lourenço Marques (1963b). Fonte: Delagoa Bay World
Essa viagem assumiu um papel importante na relação entre o autor e o discurso visual da TAP. O conjunto de 4 cartazes com ilustrações sobre os destinos para África (Watanuki, s/d) terá sido concebido entre 1963 e 1966. O grafismo dos cartazes abandona o registo linear monotonal, apresentando composições monumentais e cores exuberantes, como seria expectável de um ambiente africano. A versatilidade plástica demonstra o virtuosismo de Watanuki assumindo um registo expressivo incomum. Não só aportaram um discurso pouco convencional no modo como trabalha a cor e a composição, como também pontuara a imagem da TAP: uma imagem exótica, impactante, exuberante para o contexto da primeira metade da década de sessenta. Watanuki produz com estes cartazes um trabalho ao nível de um Eduardo Anahory (1917 - 1985) no anúncio TAP publicado em 1953 na Revista Panorama [9], ou de Gustavo Fontoura (n.1927) nos cartões de Boas festas de 1961 [10], onde ambos propuseram uma linguagem sintética e arrojada.
Figure 8. Conjunto de 4 cartazes promovendo os destinos TAP para África, s/d. Fonte: TAP Museum
Os cartazes impressos em quadricromia sobre papel mate variam consideravelmente no modo como foram tratados. Estes representam (da esq. para dir. e de cima para baixo), a Fenda da Tundavala [11], um embondeiro [12], dois elementos de caracter tribal e uma composição em mosaico com motivos étnicos (Fig.8). Os exemplares preservados no SDA/MTAP [13] possuem os seguintes textos em língua alemã (pela mesma ordem): “Bezauberndes Afrika”; “Geheimnisvolle Afrika”; “Lockendes Afrika”; “Rätselhaftes Afrika” [14], bem como o logótipo TAP e a assinatura “Portugiesische Luftverkehrsgesellschaft” [15]. O primeiro exemplar aparenta não pertencer ao conjunto por não possuir a faixa inferior branca. Desconhecemos a razão para a ausência, contudo a sua função foi a de conferir versatilidade para cada idioma sem interferir na composição.
Analisemos individualmente os quatro cartazes: Watanuki representa a Fenda da Tundavala por meio de superfícies facetadas que acompanham os relevos e acidentes da montanha, gerando uma superfície poligonal de efeito “cristalino”, que tende para a abstração, como já havia ensaiado numa vista dos rochedos em Matosinhos. A profundidade de campo entre a fenda e o segundo plano, é obtida por atenuação de intensidade cromática na paleta de verdes. O segundo exemplar representa um embondeiro, em nosso entender um dos mais bem conseguidos e que maior impacto assume no conjunto. O seu caracter expressivo, com uma configuração maciça e uma copa quadrangular recortada, ultrapassa o mero registo naturalista de um embondeiro. O tronco não se encontra centrado na composição deixando espaço e permitindo equilíbrio com o Sol poente. O céu crepuscular de fundo é dado através de quatro faixas entre o violeta e o laranja. O impacto cromático de fundo transmite-nos a vívida percepção do tórrido calor africano [16]. O terceiro exemplar destaca dois elementos da etnografia angolana: o que parece ser um panejamento dobrado com um motivo semelhante a uma máscara, e um escudo tribal com padrão em zebra cobrindo três lanças. Uma vez mais Watanuki joga com um fundo quente em tonalidades rosa, que contrasta com o preto e branco das figuras em primeiro plano. Por fim o último dos quatro cartazes recorre novamente a motivos étnicos africanos, dispostos num mosaico de 4 x 4 quadrados, alternando fundos claros e escuros como num padrão em xadrez. Cada quadrado apresenta um motivo diferente (máscaras, simbologias mágicas, tambores, cenas de caça, et.al.) regressando ao registo linear característico do autor. Alguns destes motivos foram mais tarde (Watanuki, 1973) [17] apropriados para figurar no cabeçalho de uma folha de rosto do estacionário TAP (Fig.9).
Figure 9. Folha de rosto do estacionário TAP (21x29.7cm) com motivos do cartaz TAP para África, 1973. Fonte: TAP Museum
Finalizando, consideremos a interessante (e muito nipónica) assinatura de Hirosuke Watanuki. No seu trabalho para a TAP esta assumiu algumas variações, ora introduzindo a localização, ora a datação dividida pelo monograma. Surge em versão positiva, negativa, ou no interior de uma caixa. O grafismo é dado através de uma linha ondulante, fluída, delimitada por dois traços verticais, lembrando as assinaturas pessoais nos sinetes característicos das estampas japonesas (Fig. 10).
Hirosuke Watanuki deixou Portugal em 1966 para só regressar em 2017 a título de homenagem, contando já 90 anos [18].
Figure 10. Variações da assinatura de Hirosuke Watanuki em trabalhos realizados para a TAP. Fonte: TAP Museum
4. Resultados e Conclusões
O História do Design para empresas (públicas ou privadas) é uma área de grande riqueza por explorar. Nela se espelham não apenas os resultados e o trabalho desenvolvido, mas também o contexto e as práticas de interacção entre clientes e designers. No caso das companhias aéreas apenas a TAP se encontra estudada. As restantes estão, desde os primórdios da aviação em Portugal até à actualidade, totalmente por levantar, seriar e investigar. Muitas empresas em Portugal persistem em não reconhecer as potencialidades da sua História e dos seus espólios. Mesmos as de maior dimensão revelam pouco espírito de preservação e ainda menos do estudo evolutivo da sua face pública e do trabalho desenvolvido pelos designers. Este artigo constitui mais um contributo parcelar para a construção de um corpus abrangente. Ao longo das últimas décadas tem sido desenvolvida e divulgada investigação sobre as principais autorias do design em Portugal: exposições, catálogos, artigos, teses et.al. A História do Design não é apenas constituída por esses protagonistas de topo, mas pelo somatório de todos os que em determinado contexto trabalharam. Pela qualidade do seu trabalho (e porque não pelos seus insucessos) muitos necessitam ser reconhecidos, divulgados ou relembrados. O contributo de Hirosuke Watanuki é, em nosso entender, um desses casos. O nosso artigo procedeu a um levantamento, que consideramos exaustivo, do seu trabalho para a TAP. Como é bem-sabido, em História nunca podemos fechar uma investigação. Novos dados e documentação surgem invariavelmente e neste caso pode não se ter esgotado nos exemplares apresentados. Contudo, esses trabalhos não foram até data encontrados no Museu TAP, nem em qualquer colecção particular, deixando apenas a recomendação para futuras investigações. Para além de possuir uma proveniência pouco comum, Watanuki foi detentor de uma vocação holística e uma estética muito própria no panorama das Artes Plásticas em Portugal, entre o final da década de cinquenta e meados da década de sessenta. O seu recente falecimento (2021) potenciou a importância da divulgação da sua obra de ilustração que viria a marcar também a imagem da TAP.
Agradecimentos
SDA / MTAP - Serviço de Documentação e Arquivo / Museu TAP
Notas
[1] Obrigado pelo trabalho árduo Sr. Watanuki / Thank you Mr. Watanuki for your hard work.
[2] SDA / MTAP - Serviço de Documentação e Arquivo / Museu TAP.
[3] “A sua obra mantém-se em colecções particulares e em pelo menos 14 museus de Portugal: Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado; Museu Nacional de Soares dos Reis; Museu Machado de Castro; Museu de Lisboa – Palácio Pimenta; Museu Municipal de Matosinhos; Fundação da Casa de Bragança; Fundação Calouste Gulbenkian; Museu da Golegã; Museu José Malhoa; Museu Municipal da Figueira da Foz; Museu Abade de Baçal; Museu da TAP e Fundação Passos Canavarro.” (Castel-Branco, 2024).
[4] As declarações proferidas por Campos Batista foram extraídas de uma entrevista anexada à tese de doutoramento de Pedro Gentil-Homem (2014).
[5] A CIESA, fundada em 1959 por Rodrigues Faria, foi uma das maiores agências de publicidade na década de sessenta em Portugal (Estrela, 2005). Esta detinha a conta TAP para lançamento do Caravelle (por licença especial da Sud Aviation a designação foi adaptada em Portugal para “Caravela”).
[6] O exemplar foi colocado à venda em linha pela leiloeira Artbid (16 de Abril de 2022) e arrematado por 130€. Vide https://artbid.pt/pt/leilao/2377/antiguidades-arte-e-decoracao.
[7] O próprio autor gostava de os oferecer aos seus amigos mais chegados, como e.g. o então Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Eng.º Fernando Pinto de Oliveira (1911-1975), enfatizando “tenho o prazer de lhe enviar a colecção dos meus postais que a T.A.P. [SIC] editou, e de que eu já lhe falara” (Matosinhos, C.M., 2017) Vide https://www.cm-matosinhos.pt/servicos/acao-social-e-saude/noticias/noticia/artista-japones-regressou-a-matosinhos
[8] DETA - Divisão de Exploração dos Transportes Aéreos foi uma companhia aérea do território ultramarino de Moçambique. Embora com espólio pouco acessível e disperso, consideram-se muito pertinentes futuras investigações parcelares sobre design para as companhias aéreas dos vários territórios ultramarinos.
[9] Panorama - Revista Portuguesa de Arte e Turismo, nº 7/8, IIª Série, 1953. Anahory concebeu um anúncio colorido e bem-humorado, no qual a “[…] mensagem era simples, clara e uma lufada de ar fresco, rompendo com o cinzentismo que caracterizou a comunicação da Companhia […] durante os “anos de chumbo” (Gentil-Homem, 2014, p. 233-234).
[10] “[…] um dos nomes que atingiu notoriedade no design desenvolvido para a TAP, pela qualidade e pelo arrojo conceptual. O volume de ilustrações desenhadas por Gustavo Fontoura foi apreciável, existindo diversos trabalhos seus preservados no SDA/MTAP” (idem, p. 241-243).
[11] Fenda da Tundavala é uma formação geológica monumental localizada na Serra da Leba em Angola.
[12] Embondeiro (AmdasoniaDigitata) é uma árvore presente nas savanas africanas, cujo formato peculiar é muitas vezes associado ao Continente e neste caso a Angola.
[13] SDA/MTAP – Serviço de Documentação e Arquivo / Museu TAP.
[14] Respectivamente: África Encantadora; África Misteriosa; África Sedutora e África Enigmática (trad. livre do autor).
[15] Companhia Aérea Portuguesa (trad. livre do autor).
[16] Em Março de 2005, por ocasião das comemorações do 60º aniversário da TAP, este cartaz foi seleccionado e editado como postal comemorativo 10,5 x 14,9cm. No verso possui a legenda: “Cartaz publicitário – África. Editado pela TAP na década de 70” (SIC). Não foi detectada nenhuma fonte coeva que corrobore essa datação.
[17] A data e tiragem estão impressas no próprio exemplar “100.000 ex. -6-973 LITO OF. ARTISTAS REUNIDOS – PORTO”.
[18] “(…) Pedro Canavarro percebeu o seu valor artístico e humano e manteve a chama viva de uma amizade duradoura, mandou cartas, recebeu gravuras, visitou o Mestre, e na alcáçova de Santarém, no museu da Casa Passos Canavarro, expôs as obras de Watanuki e partilhou o Mestre japonês connosco. Isso permitiu, cinquenta anos mais tarde, fazer regressar Watanuki a Portugal, em 2017, já com 90 anos (…)” (Castel-Branco, 2021).
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